Objetivo: avaliar a prevalência e padrão de consumo de psicofármacos em um período de duas semanas. Comparar esses resultados com um estudo de 1994, realizado na mesma cidade, Pelotas, RS.
Metodologia: em um estudo transversal de base populacional, 3542 indivíduos de 15 anos ou mais foram selecionados na zona urbana de Pelotas. A amostragem foi realizada em múltiplos estágios. Dados foram coletados em entrevistas domiciliares, utilizando um questionário idêntico ao utilizado em 1994. As variáveis estudadas foram idade, sexo, cor da pele, situação conjugal, renda familiar, escolaridade, tabagismo, diagnóstico médico de hipertensão e consulta médica nos últimos três meses.
Resultados: em 2003, a prevalência de consumo de psicofármacos foi de 9,9% (IC95% 8,9-10,9). Não houve diferença significativa em relação à prevalência de 11,9% (IC95% 10,1-13,7), observada em 1994, ao comparar as prevalências padronizadas por idade. O sexo feminino, o aumento da idade, o diagnóstico médico de hipertensão e a utilização de serviços médicos associaram-se significativamente em 1994 e 2003 a um maior consumo de psicofármacos. Em 2003, 74% dos usuários estavam utilizando psicofármacos há mais de três meses.
Conclusões: após uma década, a prevalência permanece alta, porém o consumo de psicofármacos não aumentou, entretanto a alta prevalência de uso crônico é preocupante. Esses achados mostram a importância da indicação adequada dos psicofármacos e do acompanhamento médico regular desses usuários.
Referências para citação: RODRIGUES, M. A. P. Modificações no padrão de consumo de psicofármacos em uma cidade do sul do Brasil. 2004. 133f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia). Universidade Federal de Pelotas, Rio Grande do Sul.
Obs.: Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital UFP.