Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSi) são equipamentos especializados para dar cobertura à demanda de crianças e adolescentes que requerem algum tipo de tratamento para transtornos mentais. O objetivo do estudo foi descrever o perfil nosológico e sociodemográfico dos registros de atendimentos infantojuvenis realizados pelo conjunto de Centros de Atenção Psicossocial implantados em Salvador, Bahia, Brasil. Tratou-se de estudo ecológico, descritivo. Utilizaram-se dados secundários de 2010 a 2012, de população entre 1 e 19 anos de idade assistida nos Centros de Atenção Psicossocial. Dados das Autorizações de Pagamento de Serviços de Alta Complexidade foram obtidos no site do Departamento de informação do SUS e foram analisados com os aplicativos TabWin e EpiInfo versão 7.0. Realizaram-se análises descritivas gerais. Os resultados informaram que o total de 14 CAPS com registros em Salvador registraram 5.140 atendimentos no período estudado, sendo dois centros para infância e adolescência (CAPSi), 1 para usuários de álcool e outras drogas (CAPS-AD) e 11 equipamentos para adultos. Nos CAPSis, 27,4% dos atendimentos registrados foram para transtornos do comportamento, 26,8% para retardo mental e 19,3% para transtornos do desenvolvimento. Nos registros de CAPS para adultos, as esquizofrenias foram os diagnósticos mais frequentes entre os adolescentes (48,3%). No CAPS-AD, 80,4% dos diagnósticos em adolescente correspondeu a transtornos mentais pelo uso de múltiplas substâncias psicoativas. Concluiu-se que o perfil nosológico dos CAPS infantis caracterizou-se pelo predomínio dos transtornos de aprendizagem. O atendimento infantojuvenil em CAPS para adultos sugere déficit do número de CAPSi.
Referências para citação: Ceballos, Grey Yuliet; Santos, Darci Neves dos; Mota, Eduardo Luiz Andrade. Rev. baiana saúde pública; 40 (2016)(3): https://doi.org/10.22278/2318-2660.2016.v40.n3.a1885, Nov. 08-2017.
