A Reforma Psiquiátrica apontou novas formas de cuidado em saúde mental mediante a desinstitucionalização da loucura e a criação de uma rede substitutiva de saúde mental no território. O cuidado integral às pessoas com transtornos psíquicos no contexto das ações comunitárias requer a articulação dos dispositivos que compõem a atenção básica, sobretudo a Estratégia de Saúde da Família. O objetivo deste estudo foi analisar as práticas de cuidado do agente comunitário de saúde junto às pessoas com transtornos psíquicos na perspectiva da integralidade. Tratou-se de pesquisa de abordagem qualitativa realizada com sete agentes comunitários de saúde de uma Estratégia de Saúde da Família de Feira de Santana, Bahia, mediante entrevista semiestruturada. Os resultados evidenciaram que as práticas de cuidado dos agentes comunitários de saúde à pessoa com transtorno psíquico abrangem o uso de tecnologias leves, como o acolhimento e o vínculo; e que o cuidado integral à pessoa com transtorno psíquico supõe uma comunicação efetiva com a família e a unidade de saúde num processo compartilhado, fortalecido pelo apoio matricial. Concluiu-se que as práticas dos agentes comunitários de saúde teciam o cuidado à pessoa com transtorno psíquico, eram fundadas na comunicação efetiva e na articulação entre comunidade e unidade de saúde e enfatizavam a negociação junto à equipe multidisciplinar na tomada de decisões.
Referências para citação: Silva, Maria Angélica Carneiro; Aguiar, Maria Geralda Gomes; Moreira, Thais Diniz Santos. Rev. baiana saúde pública; 40 (2016)(3): https://doi.org/10.22278/2318-2660.2016.v40.n3.a2185, Nov. 08-2017.