OBJETIVO
Analisar se características dos dirigentes, das escolas e do currículo escolar estão associadas à implantação de programas de prevenção ao uso de drogas nas escolas do ciclo fundamental II e médio.
MÉTODOS
Estudo transversal, com amostra aleatória sistemática de 263 dirigentes escolares. Os dados foram coletados nos anos de 2012 e 2013 por meio de um programa de envio de formulários pela internet. Aplicou-se questionário fechado, de autopreenchimento on-line. A análise estatística incluiu testes Qui-quadrado e modelos de regressão logística. A variável desfecho foi a presença de programa de prevenção ao uso de drogas inserido no cotidiano e no programa pedagógico da escola. As variáveis explicativas foram divididas em: dados demográficos do dirigente; características da escola e do currículo; educação em saúde; e consumo de drogas na escola.
RESULTADOS
Constatou-se que 42,5% (IC95% 36,1–49,1) das escolas avaliadas possuíam programa de prevenção ao uso de drogas. Com o modelo de regressão logística múltipla, observou-se que, a cada ano de atuação do dirigente na educação, a chance de a escola ter um programa aumentava em aproximadamente 4,0%. O fato de experimentar técnicas de ensino inovadoras também aumentou em cerca de seis vezes a chance de a escola desenvolver um programa de prevenção ao uso de drogas. As dificuldades na implantação dos programas foram mais presentes nas redes estadual e municipal, quando comparadas à rede privada, destacando-se: a falta de material didático, a falta de dinheiro e as demandas concorrentes para ensino de outras disciplinas.
CONCLUSÕES
A implantação de programas de prevenção ao uso de drogas no município de São Paulo está associada à experiência do dirigente escolar na educação e nas estratégias de ensino da escola.
Obs.: material linkado com a Revista de Saúde Pública.