São descritos e discutidos os vários métodos de amostragem, de probabilidade e conveniência para estudos epidemiológicos sobre usuários de drogas, e apresentados exemplos de seu uso, com base na literatura brasileira e internacional. Os estudos epidemiológicos sobre usuários de drogas, realizados até recentemente, têm utilizado duas formas principais de amostragem: a de probabilidade e a de conveniência. A primeira tem sido utilizada quando o objetivo é apenas estimar a prevalência da condição sendo pesquisada e a segunda (conveniência) quando as características, perfis e comportamentos de usuários de drogas são os focos do trabalho. Ambos os métodos têm suas limitações, amostras probabilísticas ficam cada vez mais impraticáveis quando a prevalência de determinada condição é muito baixa, menor do que 0,5% por exemplo, ou quando a condição sendo estudada é uma atividade clandestina, como o uso de drogas ilícitas. Por outro lado, os resultados de amostras de conveniência são limitados porque não podem ser generalizados para a população total de usuários de droga, devido ao viés de seleção e a falta de informações a respeito do "sampling frame". Novos métodos têm sido desenvolvidos para superar essas dificuldades, por exemplo, análise da rede social, técnica de amostragem bola-de-neve (snowball sampling), técnica de captura e recaptura, método utilizando um entrevistador com acesso privilegiado à população-alvo (PAI - Privileged Access Interviewer Method) e técnica de investigação epidemiológica chamada de "contact tracing".
Referências para citação: Dunn, John, & Ferri, Cleusa P.. (1999). Epidemiological methods for research with drug misusers: review of methods for studying prevalence and morbidity. Revista de Saúde Pública, 33(2), 206-215. https://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101999000200013
Obs.: material linkado com o banco de dados Scielo.