O presente estudo parte do crescente processo de judicialização do cuidado em saúde mental de jovens usuários de drogas e tem por objetivo problematizar a forma como, na relação entre os campos da Saúde Mental e da Justiça, vai se desenvolvendo uma biopolítica voltada para o governo da população de "adolescentes drogaditos". Para tanto, realizamos a análise de processos judiciais de internação compulsória de jovens por uso de drogas. Fundamentamo-nos nas ferramentas teóricas e metodológicas da Psicologia Social, dentro de uma perspectiva pós-estruturalista, especialmente no que se refere ao pensamento de Michel Foucault, na forma como o autor desenvolveu uma análise dos discursos e da emergência dos saberes na sua articulação com mecanismos e tecnologias de poder. A partir dessa perspectiva, evidenciamos a forma como essa biopolítica, embora aja em nome da garantia de direitos, opera produzindo vulnerabilidades.
Referências para citação: REIS, Carolina dos; GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima and CARVALHO, Salo de. Sobre jovens drogaditos: as histórias de ninguém. Psicol. Soc. [online]. 2014, vol.26, n.spe, pp.68-78. ISSN 1807-0310. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822014000500008.
Obs.: material linkado com o banco de dados Scielo.