As questões relacionadas ao uso e abuso de Substâncias Psicoativas (SPAs) ao longo das transformações da sociedade, vêm sofrendo alterações no que tange ao tratamento do usuário. Em 2003, o Ministério da Saúde publicou portarias que deram início a um modelo de tratamento aos dependentes e cria os Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (CAPSad), sendo estes norteados pela Política de Atenção Integral ao usuário de álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. Essa Política tem sua lógica pautada na Redução de Danos (RD), e o seu objetivo principal é a proposição de intervenções que produzam melhorias sociais e na saúde dos usuários. Nesse sentido, o presente trabalho pretende apreender de que maneira os profissionais de um CAPSad da Bahia utilizam e refletem a Estratégia Redutora de Danos no seu cotidiano de trabalho, comparando-a com o modelo Redutor de Danos à saúde e social. Os dados foram coletados durante o ano de 2009, sendo estes: entrevistas com coordenadores de dois serviços que foram diretamente responsáveis pela implantação da RD na Bahia, com o coordenador do CAPSad de um município baiano e com o coordenador de saúde mental deste, além de entrevista com um redutor de danos que participou do processo de implantação da RD na Bahia e com pacientes do serviço pesquisado. Aos técnicos foram aplicados questionários semi-estruturados e realizado grupo focal. Os dados demonstraram que, apesar de reconhecer a importância da RD no CAPSad, a adoção desta ainda está distante de ser utilizada. Dessa forma, apesar de encontrar campo fértil nos CAPSad, a efetivação da Redução de Danos ainda está em processo de implantação.
Referências para citação: VALÉRIO, A. L. R., (MAL)DITA LIBERDADE E CIDADANIA: A redução de danos em questão. Salvador/BA. Dissertação de Mestrado, Universidade Católica do Salvador - Mestrado em Políticas Sociais e Cidadania. UCSAL, 2010.