Esta dissertação teve o objetivo de investigar a rede de apoio em jovens brasileiros em situação de vulnerabilidade social e a relação com o uso de drogas, através de dois estudos. As análises foram feitas a partir da base de dados da Pesquisa Nacional sobre Fatores de Risco e Proteção da Juventude Brasileira, desenvolvida em sete capitais e cidades de médio porte no Brasil (Koller, Cerqueira, Santos, Morais & Ribeiro, 2005). Foram analisados 7316 questionários respondidos por jovens entre 14 e 24 anos, de nível socioeconômico baixo, de ambos os sexos. O primeiro estudo, de caráter exploratório inferencial, avaliou a rede de apoio social dos jovens, investigando família, escola, pares e comunidade. Observou-se diferenças na percepção de rede de apoio conforme a renda e o sexo: entre os participantes de maior renda houve uma percepção de maior apoio da família, e entre os de menor renda maior percepção de apoio da comunidade; e as meninas apresentaram maior percepção de apoio e mais amigos na escola e os meninos referiram maior apoio da comunidade e mais amizades na rua e no bairro. O segundo estudo, também exploratório inferencial, investigou a relação entre a rede de apoio social e o uso de drogas. Foi identificada elevada incidência de uso de drogas (78,9%), com diferenças significativas de gênero, sendo que os meninos usavam mais álcool e drogas ilícitas. Os apoios familiar, escolar e da comunidade apresentaram associação significativa com o uso de drogas, sendo que as médias mais altas de apoio estavam associadas ao não uso de drogas. Entretanto, não se pode determinar a direção desta relação. Conclui-se que a rede de apoio é um fator de proteção importante e sua relação com o uso de drogas entre os jovens deve ser mais bem investigada.
Referências para citação: COSTA, L. G. A rede de apoio social de jovens em situação de vulnerabilidade social e o uso de drogas. 93f. 2009. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul.