Após 9 meses de trabalho, foi lançada na semana passada na Play Store, a primeira versão do 420 APP, primeiro aplicativo em língua portuguesa voltado aos usuários de drogas. A ferramenta é dedicada à cultura canábica e políticas de drogas, onde contém dados históricos científicos, além de uma espaço exclusivo para interação.
Storti, que é usuário de maconha assumido, é redutor de Danos do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD); redutor de Danos do Centro de Referência Integral de Adolescentes/Projeto Corra pro Abraço (CRIA); membro da Rede Latino Americana de Pessoas que Usam Drogas (LANPUD); membro do Coletivo Balance de Redução de Riscos e Danos; Membro da Frente Estadual Drogas e Direitos Humanos – Bahia; mobilizador Regional da Associação Brasileira de Redução de Danos (ABORDA), e estudante do curso de Humanidades da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
No total, 5 pessoas se reuniram durante 9 meses para produzir o aplicativo. “São dois designers, um programador, um advogado e eu. Todos têm o mesmo propósito e o mesmo pensamento em relação à maconha. O aplicativo é projeto 100% independente, construído de forma colaborativa por profissionais que acreditam no potencial da informação no processo de politização dos usuários de drogas”, explicou o estudante.
A ferramenta traz a possibilidade do usuário ter informações coletadas através de dados históricos e científicos além de um feed de notícias onde pode ser acompanhado o que acontece dentro do contexto canábico e da política de drogas do brasil e do mundo, reunindo notícias dos principais veículos de informação do país e postagens de blogs especializados no assunto.
O ‘420’ já foi baixado por mais de mil pessoas e não se limita apenas para os brasileiros. Os dados mostram que pessoas da Alemanha, França, Portugal, Estados Unidos, Austrália, Colômbia, Cabo Verde (África Ocidental), Reino Unido e Venezuela. O aplicativo é gratuito e está disponível apenas para Android.
Ele ainda traz indicações de coletivos, organizações, blogs, sites e revistas que debatem o assunto, além de um mural que serve de interação para que os usuários debatam e troquem informação. “Temos percebido que essa nossa parte, que serve como bate-papo, também se transformou em um ponto de encontro para reunir manifestantes que pedem a marcha da maconha em suas cidades”.
Vale lembrar que o uso da maconha no Brasil não e liberada. No país, o consumo de qualquer droga ilícita é crime, mas o uso pessoal não é punido com prisão. A lei prevê advertência, serviço comunitário e aulas sobre os efeitos da droga para quem é flagrado mesmo com pequena quantidade de maconha. Venda e transporte, assim como posse ou cultivo de grandes quantidades, é considerado tráfico de drogas, com pena prevista de 5 a 15 anos de prisão, além de multa.
O brasileiro João Paulo Costa, de 30, criou no começo do ano, um aplicativo diferente e que promete ser uma espécie de ‘Foursquare da maconha’, que mostra onde há pessoas fumando na cidade e indica o “nível de felicidade” de cada usuário e de cada país, a partir da frequência de tragadas. O aplicativo não tem versão em português.
Um dos planos do publicitário para o futuro é ‘gamificar’ a brincadeira, conferindo selos aos locais onde o consumo acontece com mais intensidade. Inicialmente a ferramenta deve focar o mercado norte americano, onde há uma grande proliferação de tecnologias ligada à cultura canabica e a erva vive um momento em que a legalização está crescente em diversos estados. O aplicativo está disponível para o iOS, da Apple, e o Android, do Google.
Confira a matéria na íntegra em www.ibahia.com.
Confira, também, a entrevista com o criador, Guilherme Storti, na Revista Fórum (http://www.revistaforum.com.br/…/maconheiros-uni-vos-contr…/).
