OBSERVATÓRIO BAIANO SOBRE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

CETAD Observa

Acidentes de transito em Mirangá - PR : analise do perfil epidemiológico e dos fatores de risco de internação e de óbito

Os objetivos deste estudo foram analisar o perfil epidemiológico dos acidentes de trânsito com vítimas em Maringá-PR e identificar as características dos acidentes, das vítimas e dos condutores que constituíram fatores de risco para internação e óbito. Para o estudo foram consideradas as vítimas de acidentes de trânsito ocorridos no Município de Maringá - Pr, no ano 2000, com registro no Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) e/ou Boletim de Ocorrência Policial (BO). Esta população incluiu as vítimas internadas nos hospitais de Maringá e/ou Hospital Metropolitano de Sarandi e as vítimas fatais. Para determinar os principais fatores de risco para internação e óbito, foi utilizada análise de regressão logística. Foram identificadas 3468 vítimas com base nas fontes BO e/ou SIATE, decorrentes de 2725 acidentes. As principais categorias de vítimas foram: motociclista (38,6%), ciclista (26,3%), ocupante de carro (22,5%) e pedestre (9,5%). As vítimas eram em sua maioria do sexo masculino (75,9%), da faixa etária de 15 a 39 anos (70,0%) e residentes em Maringá (83,2%). Entre as vítimas foi constatado o uso de equipamento de proteção em 90,0% e a presença de consumo de álcool em 14,3%. Quanto aos indicadores de gravidade, grande parte das vítimas apresentou graduação leve na ECGl (96,5%) e na ETR (98,5%); receberam atendimento médico no local da ocorrência 40,8% das vítimas e 41,2% apresentaram mais de três lesões. Na análise dos acidentes verificou-se o predomínio das colisões com carro/caminhonete. Os acidentes ocorreram principalmente nos períodos da tarde e da noite, e nos finais de semana. A região 1 foi a que apresentou a maior freqüência de vítimas (31,2%). O perfil epidemiológico dos condutores revelou que 50,4% conduziam carro/caminhonete, 32,5% eram motociclistas e 11,5% ciclistas, com concentração bastante importante na faixa etária jovem, totalizando 47,6% nas idades entre 18 a 29 anos e predomínio do sexo masculino. A maioria residia em Maringá (81,7%), possuía ensino fundamental ou médio completo (53,4%). Dos condutores, 97,9% usavam equipamento de proteção e 6,1% haviam feito uso de bebida alcoólica; 42,6% apresentavam até 4 anos de habilitação, 55,7% ocupavam veículos com tempo de uso inferior a 10 anos e 74,5% envolveram-se em acidentes que tiveram a participação de dois condutores. Na análise multivariada as variáveis que permaneceram no modelo indicando associação ao risco de internação foram: vítimas pedestres, ciclistas e motociclistas; idade acima de 50 anos; colisão com transporte pesado ou ônibus; acidentes ocorridos de madrugada e de tarde; nas regiões 5, 4 e 1; condutor residente em Maringá. Para o risco de óbito as variáveis que persistiram no modelo foram: vítimas ciclistas; sexo masculino; idade acima de 50 anos; colisão com transporte pesado ou ônibus; acidentes ocorridos na região 7; condutores envolvidos em acidentes com três ou mais veículos e acidentes com um veículo. Os resultados mostraram ainda uma cobertura maior da fonte SIATE em relação à fonte BO. As diferentes demandas de atenção verificadas nos resultados do presente estudo, analisadas sob diversos aspectos (das vítimas, dos acidentes e dos condutores), mostram as múltiplas dimensões envolvidas nesses eventos e reforçam a necessidade de ações articuladas com os diversos setores e segmentos da sociedade.

Referências para citação: SOARES, D. F. P. P. Acidentes de transito em Maringa - PR : analise do perfil epidemiologico e dos fatores de risco de internação e de obito. 2003. 187f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva). Universidade Estadual de Campinas, São Paulo

Obs.: Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital UNICAMP

Arquivo Publicações: 
Assunto: 
Drogas e sociedade
Autor(a):: 
SOARES, Doroteia Fatima Pelissari de Paula
Palavras Chaves: 
Acidentes de trânsito. Mortalidade. Internação. Epidemiologia.