Este trabalho discute a condução do tratamento em um centro de atendimento a pacientes toxicômanos, tomando a função do analista como operador necessário às estratégias clínicas que aqui se propõem. A partir de fragmentos de casos e da utilização de diversas estratégias, argumenta que o ato analítico se constitui como um recurso eficaz na criação de novos modelos de tratamento na clínica das toxicomanias. São estratégias que interrogam a posição ontológica do individuo, introduzindo novos “fazeres” que permitem um deslizamento da satisfação retida no uso de drogas. Nesta perspectiva, constrói-se um dispositivo diferente do padrão standard, onde a noção de tempo e espaço se inserem em uma outra modalidade, deixando de lado a idéia de um tempo longo e contínuo de tratamento. A noção de uma temporalidade do aqui e agora, onde recursos, interpretações e intervenções se colocam a cada sessão, tomam força e se associam à construção de um projeto terapêutico para cada caso.
Referências para citação: QUEIROZ, A., MIRANDA, M. L. M., NUNEZ, M. E., REGO, M. Estratégias clínicas em uma instituição para toxicômanos. In: Toxicomanias: incidências clínicas e socioantropolicas. EDUFBA, 2009.