A temática Religião e Natureza é familiar ao ser humano desde a antigüidade, nas mais diversas civilizações. Discute-se a volta do homem à natureza, no contexto do fluxo e refluxo do pensamento ocidental, que em grande parte suprimiu a noção de encantos da natureza, a partir da fragmentação. Examina-se o reencontro do ser humano com a natureza no caso da religiosidade aqui estudada, a qual tem seu fundamento nas práticas dos indígenas da região Amazônica que preservaram sua antiga ligação com a natureza. Estuda-se, também, como se deu o elo de ligação entre os indígenas e os seringueiros, razão de ser desta religiosidade. Estuda-se o nascimento da Religiosidade Cabocla, cujos maiores representantes são o Santo Daime e a União do Vegetal, e o deslocamento desta religiosidade em direção às cidades, na época dos seus fundadores. Apresenta e analisa o sistema de crenças da União do Vegetal, apontando possíveis motivos pelos quais a classe média o adota nos grandes centros urbanos, como é o caso de uma comunidade paulista pesquisada. Por fim, procura ver as comunidades da União do Vegetal como Comunidades Terapêuticas ou oásis, no interior das quais se encontram respostas para as perguntas existenciais dos adeptos.
Referências para citação: ANDRADE, Afrânio Patrocínio de. O Fenômeno do Chá e a Religiosidade Cabocla - Um estudo centrado na União do Vegetal. São Bernardo do Campo - SP: Dissertação de Mestrado, Instituto Metodista de Ensino Superior, 1995.