OBJETIVO: Avaliar o perfil sociodemográfico e o padrão de uso da cocaína entre usuários de drogas hospitalizados.
MÉTODOS: Estudo transversal com dependentes químicos maiores de 18 anos, internados em alguns hospitais psiquiátricos da região metropolitana da Grande São Paulo, Brasil, com condições clínicas de responder a questionário padronizado e que concordaram em participar do estudo. Foram selecionados seis hospitais psiquiátricos que recebiam, por procura espontânea, pacientes da rede pública e privada de toda a região da Grande São Paulo. A coleta de informações foi feita por meio de entrevistas estruturadas, aplicada individualmente por psicóloga treinada. Para análise estatística utilizou-se do teste t de Sudent e Qui-quadrado, e o nível de significância foi fixado em 5%.
RESULTADOS: Encontrou-se maior taxa (38,4%) de usuários de crack e pequena prevalência (1,6%) de usuários de drogas injetáveis. Os dependentes de cocaína fumada apresentavam baixa escolaridade, encontravam-se mais freqüentemente desempregados, haviam morado nas ruas, usavam maiores quantidades de droga e tinham sido presos em maior número de vezes do que aqueles que usavam outras vias de administração da droga.
CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que o uso de drogas é um grave problema de saúde pública na Grande São Paulo, mostrado pelo número de internações hospitalares por dependência. Os usuários de crack apresentam pior condição socioeconômica e maior envolvimento com a violência e a criminalidade.
Referências para citação: FERREIRA FILHO, Olavo Franco; TURCHI, Marilia Dalva; LARANJEIRA, Ronaldo and CASTELO, Adauto. Perfil sociodemográfico e de padrões de uso entre dependentes de cocaína hospitalizados. Rev. Saúde Pública [online]. 2003, vol.37, n.6, pp. 751-759. ISSN 0034-8910.
Obs.: Material linkado com o banco de dados do Scielo.