OBSERVATÓRIO BAIANO SOBRE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

CETAD Observa

Ambiente ocupacional e o consumo de substâncias psicoativas entre enfermeiros

Objetivo

Analisar a relação entre o ambiente de trabalho e o consumo de substâncias psicoativas entre enfermeiros hospitalares.

Métodos

Estudo transversal e descritivo, realizado com enfermeiros de três instituições hospitalares públicas localizados em um município da Região Sul do Brasil, sendo duas de média complexidade e uma de alta complexidade. A população deste estudo foi composta por 221 enfermeiros. Com base nesse número, calculou-se o tamanho amostral por estratos, considerando-se a proporção de 50%, nível de confiança de 95% e erro máximo de 5%, o que resultou no número mínimo de 175 participantes. Mediante a estratificação proporcional por instituição definiu-se o mínimo de 103 enfermeiros da alta complexidade e 36 de cada instituição de média complexidade. Adotou-se como critérios de inclusão: trabalhar na instituição há pelo menos um ano e não estar afastado por licença. A coleta de dados foi realizada entre outubro de 2015 e abril de 2016. Na coleta de dados utilizaram-se informações sociodemográficas e ocupacionais, o Nursing Work Index - Revised e o Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test. Os dados foram analisados no programa Statistical Package for Social Sciences, versão 20.0. Inicialmente, verificou-se a normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Foram realizadas análises descritivas, por frequências absoluta e relativa para as variáveis categóricas; e medianas e medidas de dispersão para as numéricas.

Resultados

Álcool, tabaco e sedativos foram as substâncias mais consumidas. Renda mensal apresentou correlação positiva com o consumo de álcool entre enfermeiros dos hospitais de média complexidade (p=0,01). No hospital de alta complexidade, o consumo de álcool relacionou-se negativamente a relação médico-enfermeiro (p=0,03). Autonomia, relação médico-enfermeiro e suporte organizacional estiveram correlacionados negativamente ao uso de sedativos (p<0,01; p<0,01; p=0,02, respectivamente).

Conclusão

Quanto mais desfavorável o ambiente de trabalho do enfermeiro, sobretudo na relação com médicos, suporte organizacional e autonomia, maior foi o consumo de substâncias psicoativas.

Referências para citação: SCHOLZE, Alessandro RolimMARTINS, Júlia TrevisanGALDINO, Maria José Quina  and  RIBEIRO, Renata Perfeito. Ambiente ocupacional e o consumo de substâncias psicoativas entre enfermeiros. Acta paul. enferm. [online]. 2017, vol.30, n.4, pp.404-411. ISSN 1982-0194.  http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700060.

Obs.: Material linkado com o banco de dados Scielo.

 

Assunto: 
Drogas e clínica
Autor(a):: 
SCHOLZE, Alessandro Rolim; MARTINS, Júlia Trevisan; GALDINO, Maria José Quina and RIBEIRO, Renata Perfeito.
Palavras Chaves: 
Ambiente de trabalho; Bebidas alcoólicas; Drogas ilícitas; Transtornos relacionados ao uso de substâncias; Enfermeiros e enfermeiras